Nunca é demais recordarmos aqueles que nos são queridos. A avó que meu deu o seu nome era uma dessas pessoas inesquecíveis e insubstituíveis. A sua pequena estatura contrastava com a sua enorme força. Trabalhou como criada de famílias burguesas no inicio da Lisboa do século vinte. Casou e foi viver para a sua terra natal, Praia da Assenta, onde além de criar 3 filhos trabalhava duramente no campo, ia à pesca quando as marés o permitiam e cuidava com devoção do marido, o meu avô José que sofria desde muito jovem de doença de Parkinson. Além disso, amassava e cozia semanalmente fornadas de um pão primoroso e cozinhava maravilhosamente. Ainda hoje recordo com saudade o seu coelho guisado com pimentão doce, as filhoses de polvo, a cachola no dia da matança do porco ou o simples pão de ló que fazia sempre que lá íamos passar o fim de semana ou as férias grandes. Um enorme pão de ló muito amarelinho, altíssimo, fofo... Essa receita que me foi ensinada por ela é ainda hoje uma das minhas favoritas e é já também uma das mais requisitadas pela minha filha que gosta de ajudar a confeccionar o bolo da "avó antiguinha" como ela amorosamente se refere a uma avó que não conheceu mas que continua entre nós através destas fantásticas lembranças.
Ingredientes:
2 chávenas de açúcar
1 chávena e meia de farinha com fermento
6 ovos grandes
3 claras
1/4 de chávena de leite
papel vegetal
Preparação:
Separam-se as gemas e as claras. Numa tigela batem-se muito bem as gemas com o açúcar até obter uma gemada esbranquiçada. Junta-se aos poucos a farinha intercalada com o leite e volta-se a misturar bem. Em seguida levantam-se as claras em castelo bem firme e adicionam-se lentamente ao preparado anterior. Forra-se com papel vegetal uma forma sem buraco e unta-se muito bem com manteiga. Vai ao forno a 180º cerca de 40 minutos.
Deve retirar do forno enquanto o centro do bolo ainda estiver um pouco cru. Assim essa humidade tornará este pão de ló uma verdadeira delicia.
Vai uma fatia?